Manoel de Oliveira (1908 – 2015)




Manoel de Oliveira nasceu em 1908, no Porto, e morreu no dia 2 de abril de 2015.

Quando era jovem, foi para a Guarda onde andou num colégio de Jesuítas. Como não era bom aluno,  dedicou-se ao atletismo, tendo sido campeão nacional de salto à vara. Em seguida, foi corredor de automóveis. Além disso, costumava encontrar-se nos cafés com os amigos, entre os quais se contavam escritores, pintores e outros artistas e intelectuais do Porto.

Aos vinte anos, foi para uma escola de atores, fundada no Porto por Rino Lupo, cineasta italiano contratado pela Invicta Filmes. Participou como ator no segundo filme sonoro português, A Canção de Lisboa, em 1933, de Cottinelli Telmo.

Aos 20 anos, influenciado pelo filme Berlim, sinfonia de uma capital, de Walther Ruttmann, decidiu fazer uma curta-metragem sobre o trabalho no rio Douro, intitulada Douro, Faina Fluvial.  Ver a 1ª parte; Ver a 2ª parte.



Em 1942 decidiu arriscar-se na ficção fazendo um retrato da infância no ambiente pobre da Ribeira do Porto. Quando estreou, Aniki Bobó  foi um fracasso de bilheteira. Porém, com o tempo, deu que falar. De facto, foi considerado por muitos como um filme percursor do cinema neorrealista italiano. Como era muito avançado para a época, o filme não foi bem recebido pelo público. Hoje é considerado por muitos como uma obra-prima.

Depois de ter estado muitos anos sem poder fazer filmes de ficção, pois os seus projetos não foram aceites, Manoel de Oliveira realizou vários documentários, dos quais se destacam O Pintor e a Cidade (1956), O Pão (1959) e As Pinturas do Meu Irmão Júlio (1965). 


Em 1963, graças ao apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, regressa às longas-metragens com o documentário ficcionado O Ato da Primavera, representação filmada de uma peça de teatro popular em Trás-os-Montes. A teatralidade deste filme afirmar-se-ia como estilo pessoal, que Oliveira explorou nos seus filmes seguintes. A partir de 1971, o realizador filmou praticamente sem interrupção até à sua morte, revelando uma energia invulgar. Manoel de Oliveira era o cineasta mais velho do mundo em atividade. O seu último filme, O Velho do Restelo, foi concluído poucos meses antes de morrer. Dos realizadores em atividade, era o único que assistiu à passagem do cinema mudo ao sonoro e do cinema a preto e branco ao cinema às cores.



___________________________

Texto: Maria Gancho, 5ºA, Gabriela Reis, 6ºA, e Maria Marques 5ºA - Clube de Jornalismo

Fontes do texto: Pedro Marcelino, Manoel de Oliveira, o cineasta vivo mais velho do mundo, Jornal Moliceiro, nº3, 2013/2014; http://pt.wikipedia.org/wiki/Manoel_de_Oliveira

Fontes das imagens: Douro, faina fluvial (www.cinept.ubi.pt); Aniki Bobó (www.cvmc.net)