Hoje, dia 25 de abril de 2020, o Jornal Moliceiro publica um trabalho de
alunos do 10º C da Escola Secundária Homem Cristo (disciplina de Cidadania e Desenvolvimento) que, neste período de confinamento,
conseguiram recolher memórias dos tempos vividos por familiares antes do dia 25
de abril de 1974.
LIBERDADE
Esta é uma palavra
marcante para o 25 de Abril; hoje tomamo-la como algo adquirido, no entanto
esta chegou a ser alvo de muitos protestos.
O 25 de Abril marca, não
só o Dia da Liberdade, como também celebra a revolta dos militares que levaram
a cabo um golpe de Estado pondo fim ao regime do Estado Novo, a censura, e
iniciando um novo processo, que viria a terminar com a implantação de um regime
democrático.
Contudo, é importante
referir outra expressão – a Liberdade de
Expressão – que antes deste acontecimento era algo pouco comum. Não se
podia contrariar o governo, todos tínhamos de estar a favor das suas leis.
Tudo passava pelo
rigoroso ‘lápis azul’ da censura, e tudo o que se opusesse ou tivesse outras
opiniões acerca dessas leis era repreendido, coisa que na altura era comum em
livros, músicas, desenhos e notícias.
Concluindo, gostava de
referir que esta nova realidade trazida pela revolução de 1974 nos trouxe a
todos uma nova forma de olhar para a vida e de falar dela, pois estamos cientes
de que, a partir desde esse dia, as pessoas passaram a dar valor às suas
vontades, aos seus convívios entre amigos e até aos seus gostos.
CENSURA
A censura, durante muitos anos, proibiu Portugal de
pensar e de produzir conteúdos a nível cultural e artístico, criando mentes
cerradas e fiéis ao regime que não produziam nada de novo.
O seu propósito era
evitar manifestações ou tentativas de reflexões contra a ideologia do Estado em
vigor. Assim sendo, é considerada a maior inimiga da Liberdade de Expressão.
O "lápis azul"
foi o símbolo da censura e da época da ditadura. Os repressores do Estado Novo
usavam um lápis de cor azul nos cortes de qualquer texto, imagem ou desenho a
publicar na imprensa, como meio de impedir e limitar as tentativas de subversão
e difamação da ditadura.
REVOLUÇÃO
Quando falamos acerca do
25 de abril, é inevitável não fazermos uma associação imediata à palavra
revolução, pois esta data ficou marcada precisamente pela chamada Revolução dos Cravos.
Esta revolta popular procurou pôr um termo ao
regime ditatorial, que vigorava desde 1933, e dar início a um regime
democrático.
Sabemos desde já que apenas quem passa por uma
situação destas consegue descrever o que sentiu e o que sofreu com todas as
restrições que havia na altura, no entanto, é do nosso conhecimento que esta
não é uma realidade muito longínqua, o que nos permite ter uma pequena noção
acerca de parte do sofrimento da população na época Salazarista.
Posto isto, cremos que tenham sido anos de uma
revolta constante, revolta esta que cada um vivia consigo próprio, pois não era
permitido tecer qualquer crítica ao regime, estando assim o povo incapacitado
de desabafar ou até de comentar com quem quer que fosse o que estava a sentir
ou a viver em determinado momento.
Mas falemos já de 1974,
até porque é disso que nos devemos orgulhar. Esta é uma data que deverá ser
celebrada para sempre, não só pela conquista que nos trouxe, mas também pela
maneira como os portugueses atingiram esse objetivo.
O que consta na história é que o povo
português se revoltou a 25 de abril de 1974, contudo esta não foi uma revolta
qualquer, pois não houve violência, isto é, por muito pouco comum que seja,
principalmente naquela época, a população conseguiu atingir o seu fim sem fazer
um único disparo e sem demonstrar um pingo de violência, e estou certa de que
todo o país se orgulha deste feito histórico, porque só assim foi possível
marcar a diferença e poupar a gente do povo de mais uma tragédia, de mais um
desgosto, ou até de mais um trauma.
Em jeito de conclusão, gostávamos de referir
que nos consideramos uma geração bem aventurada por vivermos num período de paz
mundial e, acima de tudo nacional, pois estamos em crer que não estaríamos
preparados para metade de toda a angústia e
para todo o medo que aquela época abarcou.
FRATERNIDADE
A fraternidade é um
conceito filosófico profundamente ligado às ideias de Liberdade e Igualdade e
com as quais forma o tripé que caracterizou grande parte do pensamento
revolucionário francês: "Liberdade, Igualdade e fraternidade".
A ideia de fraternidade
estabelece que o homem, como animal político, fez uma escolha consciente pela
vida em sociedade e para tal estabelece com seus semelhantes uma relação de
igualdade, visto que em essência não há nada que hierarquicamente os
diferencie: são como irmãos (fraternos). Este conceito é a peça-chave para a
plena configuração da cidadania entre os homens, pois, por princípio, todos os
homens são iguais. De uma certa forma, a fraternidade não é independente da
liberdade e da igualdade, pois para que cada uma efetivamente se manifeste é
preciso que as demais sejam válidas.
A fraternidade é
expressa no primeiro artigo da Declaração Universal dos Direitos do Homem
quando se afirma que todos os homens “nascem livres e iguais em dignidade e
direitos”. São dotados de razão e de consciência e devem agir uns para com os
outros em espírito de fraternidade.
DITADURA
Conhecemos todo o 25 de Abril como um golpe militar
que veio pôr fim à ditadura do Estado Novo e trouxe consigo a democracia.
Já não sabemos o que é
viver sem ser em liberdade, mas é importante relembrá-lo. Ficam aqui algumas
realidades vividas antes da Revolução:
1- Rapazes para um lado
e raparigas para outro. As crianças tinham de usar fardas e não havia turmas
mistas.
2- Não havia liberdade
de expressão. Não se podia dizer mal do Governo, nem dar a entender alguma
opinião contrária.
3- Não havia direito ao
voto livre e as mulheres só podiam votar se tivessem o ensino secundário.
4- Enfermeiras,
telefonistas e hospedeiras da TAP não se podiam casar, e as professoras tinham
de ter uma autorização especial. Já para saírem sozinhas do país, todas as
mulheres casadas precisavam da autorização do marido.
5- Não era permitido
grupos de pessoas juntarem-se para falar ou a discutir ideias. Muito menos
podiam existir associações ou reuniões.
6- Não era permitido
festejar o Dia do Trabalhador. No ano de 1974, já em liberdade houve várias
celebrações populares por todo o país.
Trabalho
realizado por: Mariana Marques,
Lara
Andrade nº15, Pedro Loureiro,
Bianca
Costa e Carolina Dias do 10ºC (disciplina de Cidadania e Desenvolvimento)
Fontes
consultadas: familiares e amigos e alguns manuais da disciplina de História
Fonte da foto: https://www.voaportugues.com/a/patrimonio-de-todos-25-de-abril/3301937.html
Fonte da foto: https://www.voaportugues.com/a/patrimonio-de-todos-25-de-abril/3301937.html