No início de um novo ano letivo (e que ano letivo!), vamos hoje iniciar a publicação de textos de opinião elaborados por alunos da Escola João Afonso de Aveiro, no final do ano letivo anterior, acerca da experiência por eles vivida no 3.º período.
Aulas em casa vs. aulas presenciais
Da China, surgiu um vírus que nos obrigou a continuar as aulas
e o nosso estudo em casa. Foi um tempo de mudanças, tanto para os alunos, como
para os professores e mesmo para os pais. Todos tiveram de se habituar a esta
nova realidade. Esta forma de ensino teve os seus pontos positivos e negativos
e agora, que começam as férias de verão, está na hora de fazer uma comparação
entre os dois tipos de aprendizagens.
Primeiro, vou falar sobre a organização do estudo, pois a meu
ver organizei-me melhor nas aulas em casa do que em tempo de escola. Nas aulas
presenciais, eu não marcava os trabalhos que tinha de fazer, lembrava-me (normalmente)
de cabeça. Já em casa, eu marcava tudo num calendário. Este planeamento também
foi muito importante porque no estudo em casa passámos a ter mais trabalhos do
que na escola, o que exigiu uma melhor organização.
Em segundo lugar, quero referir a forma de tirar dúvidas,
pois, na escola, podíamos falar com os professores presencialmente, nas aulas
ou nos intervalos, mas em casa tínhamos de escrever ou dizê-las nas
videoconferências. Uma dúvida fica sempre mais bem explicada se for “cara a
cara”, porque por mensagens, podemos escrever uma coisa e o nosso recetor pode
estar a perceber outra; é mais complicado.
Em terceiro lugar, quero falar sobre as aulas por
videoconferência. Considero que foram úteis para o esclarecimento de dúvidas,
para a correção de fichas e para dar matéria, mas as videoconferências eram, muitas
vezes, prejudicadas por falta de WI-FI, alunos que desligavam o microfone dos
colegas ou dos professores…
Em quarto lugar, queria referir a plataforma Teams. Ela teve
os seus pontos positivos e negativos. Por um lado, eu achei a plataforma ótima,
porque ela tinha um lugar específico para cada necessidade. Quando queria falar
com algum colega ou professor em privado, ia às “Conversas”. Quando queria
entregar algum trabalho, ia às “Tarefas”, que estavam organizadas por
disciplinas, assim como as “Equipas”, onde eu podia partilhar uma dúvida com
toda a minha turma; o “Calendário” tinha todas as minhas aulas síncronas
organizadas por dia e hora. Mas por outro lado, a plataforma tinha algumas
coisas que precisavam de ser melhoradas e isso aconteceu, por exemplo, com o
número de pessoas que podiam ser visíveis no ecrã (no início só quatro pessoas eram
visíveis, depois, mais tarde, aumentaram para nove). Outras coisas era
preferível não terem alterado, como a entrega de trabalhos em atraso (no final
do período, já não podíamos entregar os trabalhos em atraso).
Em penúltimo lugar, quero referir, brevemente, a avaliação
neste período. Em algumas disciplinas, houve mini-testes, mas nada comparado com
a quantidade de testes que tínhamos na escola. Alguns professores organizaram
questionários sobre a matéria ou sobre as atividades. Nos trabalhos, era muito
útil quando os professores deixavam um comentário a dizer o que podíamos melhorar.
Neste período, a avaliação contou mais com a nota dos trabalhos e com a
participação nas aulas online.
Por fim, queria só deixar um comentário sobre a telescola, o
#EstudoEmCasa, que teve os seus altos e baixos. Os pontos altos foram o facto
de ser para o 5º ano e o 6º ano, pois às vezes ajudava-nos a recordar matéria
passada, e também por ser uma aula-extra, com exercícios e maneiras novas de se
explicar os conteúdos. Mas por outro lado, ao juntar 5º e 6º anos, por vezes era
confuso e os professores ficavam com pouco tempo para abordar tudo o que era
preciso. Estavam a dar aulas na televisão pela primeira vez e isso notava-se na
atrapalhação.
Em suma, na minha opinião, as aulas presenciais são muito
melhores e mais produtivas, mas a solução arranjada, desde as plataformas ao
#EstudoEmCasa, foi muito boa e tornou-me mais autónoma e mais organizada.
Texto e foto: Ana Leonor Pais, nº4, 6ºI, Escola Básica João
Afonso de Aveiro, Clube de Jornalismo (julho de 2020).