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Histórias e Contos Tradicionais na Biblioteca do Centro Escolar de Santiago
No âmbito da área de HCT - Histórias e Contos Tradicionais - a turma B do 1.º ano do Centro Escolar de Santiago tem tido sessões de narração oral na Biblioteca Escolar. Um dos contos narrados foi "O Nabo Gigante", na versão de António Mota. Com ilustrações e cores relacionadas com o texto, este livro alusivo à natureza e às colheitas, com um fenómeno pelo meio, termina com uma lição de entreajuda, de gratidão e confraternização. Recomendamos a leitura deste conto, sobretudo pela mensagem que transmite.
A professora: Ana Aidos.
(Fotografias: professoras Ana Aidos e Margarida Botelho.)
2019/2020: A experiência do 3.º período vista pelos alunos (conclusão)
Hoje concluímos a publicação de textos de opinião elaborados por alunos da Escola João Afonso de Aveiro, no final do ano letivo anterior, acerca da experiência por eles vivida no 3.º período.
#Estudo em Casa
Quando o coronavírus começou a "alastrar" e chegou a Portugal,
muitos faziam perguntas do género "Como vou conseguir estudar?",
"Como conseguirei que o meu filho continue a estudar?", "Será
que vou ter de passar o dia todo em frente ao computador, numa videoconferência
com o meu professor?". Estas questões têm todas uma resposta: #Estudo
em casa! E é a minha opinião acerca deste assunto que vou apresentar hoje.
Foi uma experiência diferente, mas, pelo menos em muitos casos, muito
produtiva. Apesar de ser muito boa, também há alguns defeitos que têm de ser referidos
e comparados com as qualidades.
Devemos começar por uma das mais discutidas qualidades: o facto de os
professores terem conseguido adaptar-se tão bem, sem estarem preparados para
uma circunstância tão difícil e talvez constrangedora. Temos ainda de referir
que, mais ou menos a meio do mês de maio, já todos os professores estavam
perfeitamente adaptados à situação vivida. Na minha opinião, em relação às
aulas do 6º ano, a grande maioria das explicações a que assisti eram facilmente
compreendidas, tinham um vocabulário adequado à idade dos alunos e eram bem apresentadas
(com esquemas em Power Point e vídeos da Escola Virtual e da Leya). Fez com que
os alunos pudessem estudar em casa, de forma segura e organizada, e que sempre
que quisessem ver uma aula que perderam, só tinham de ir a "rtp.pt" e
conseguiam rever as vezes que precisassem.
Apesar de muitos pontos positivos serem visíveis, há críticas a fazer.
Penso que um dos pontos negativos foi o facto de certas disciplinas terem dado
matérias mais de 5º ano do que de 6º ano (Português, Matemática, HGP e Inglês).
Em segundo lugar, a disciplina de Inglês era dada apenas uma vez por semana
para os 5º e 6º anos, daí ser difícil dar muita matéria em apenas 30 minutos
por cada sete dias, para dois anos de escolaridade diferentes. Além disso, a
disciplina de HGP "saltava" muito em certos momentos da História
importantes e, por vezes, dava mais matéria do 5º ano do que do 6º ano.
Em suma, penso que todos os professores que viveram um momento tão
estranho e delicado fizeram um ótimo trabalho, apesar de certos detalhes negativos.
Acredito que, sem as emissões do #Estudo em casa, teria sido menos fácil
e divertido aprender.
Texto: Sofia Fernandes, 6º I / Clube de Jornalismo (julho de 2020)
Foto: Jornal de Notícias
2019/2020: A experiência do 3.º período vista pelos alunos (continuação)
Hoje continuamos a publicação de textos de opinião elaborados por alunos da Escola João Afonso de Aveiro, no final do ano letivo anterior, acerca da experiência por eles vivida no 3.º período.
A experiência do estudo
em casa
Nesta época da pandemia, as escolas tiveram de
recorrer ao estudo em casa. Tudo foi diferente do que todos estávamos habituados,
mas penso que foi muito útil, importante e agradável, pelas razões que vou apresentar.
Primeiro,
porque nós alunos precisamos de aprender, e o 3º período iria fazer-nos muita
falta para os anos seguintes. Iríamos por exemplo deixar para trás uma matéria
que poderia vir a ser muito útil mais tarde. Para isso, tivemos o estudo em casa
através da televisão e através das aulas síncronas.
Segundo, pois a escola é muito importante e é
com ela que aprendemos variadas matérias para sermos alguém no futuro e, se não
fosse a Internet, não conseguiríamos aprender nesta altura.
Por
último, é claro que preferia estar na escola, mas esta maneira de aprender
também foi interessante e diferente; continuámos a aprender e a estudar as
diversas disciplinas.
Em
suma, chega-se à conclusão de que esta experiência do estudo em casa fez com
que nos tornássemos mais responsáveis e mais autónomos e foi como se estivéssemos
na escola.
Texto e foto: Maria Gabriela Leitão, n.º 19, 6º I (julho de 2020)
2019/2020: A experiência do 3.º período vista pelos alunos (continuação)
Hoje continuamos a publicar textos de opinião elaborados por alunos da Escola João Afonso de Aveiro, no final do ano letivo anterior, acerca da experiência por eles vivida no 3.º período.
Estudar a partir de casa
O estudo em casa foi uma forma engenhosa e inteligente para os alunos não pararem os estudos durante a quarentena.
Muitos recursos foram utilizados, tais como ter aulas por
videoconferência ou aulas a partir da televisão, para permitir aos alunos
continuarem a sua aprendizagem. Assim, a minha casa tornou-se a minha escola.
No início, foi um pouco confuso encontrar-me confinado em casa e não
poder estar com os meus amigos da turma. Tive de me adaptar a ter aulas a
partir do computador, realizar as tarefas semanais com a ajuda dos meus pais,
que se tornaram também os meus professores. Senti falta de estar numa sala de
aula com os professores e sobretudo os meus amigos, porque era mais fácil
aprender estando todos juntos. Senti falta igualmente do companheirismo no
estudo. Estudar sozinho em casa foi aborrecido.
Tenho saudades da minha antiga liberdade.
Texto e foto: Matias
Lameiras Alves, 6ºD (julho de 2020)
As minhas aulas à distância
Quando, em março, nos
disseram para ficarmos em casa, nunca pensei que acabaria a azáfama e a
correria do acordar dos dias de escola.
Depois da Páscoa, comecei a
aperceber-me de que o Covid19 estava para durar. E agora, as aulas como seriam?
Rapidamente, os professores
se organizaram e o Teams começou a fazer parte da nossa rotina. A
maneira como cada um de nós viveu esta nova modalidade do Ensino à Distância
foi, certamente, diferente em cada casa. Na minha, não foi fácil esta
adaptação. Um computador, um tablet e Internet para uma mãe professora e
dois filhos alunos, um no oitavo e eu no sexto ano. Muitas vezes, as aulas
síncronas coincidiam e a nossa sala de estar tornava-se numa aula caótica, onde
três matérias diferentes se misturavam.
Um novo computador e a adaptação
de novos espaços em casa foi a solução encontrada.
As aulas continuaram, não da
maneira que todos gostariam, mas da melhor maneira possível.
Apesar de todas as
contrariedades, professores e alunos fizeram o seu melhor e merecem um grande
louvor.
Espero que o próximo ano letivo seja diferente e acredito que tudo vai ficar bem!
Mafalda Oliveira Rocha,
nº 21, 6ºG (julho de 2020)
2019/2020: A experiência do 3º período vista pelos alunos
No início de um novo ano letivo (e que ano letivo!), vamos hoje iniciar a publicação de textos de opinião elaborados por alunos da Escola João Afonso de Aveiro, no final do ano letivo anterior, acerca da experiência por eles vivida no 3.º período.
Aulas em casa vs. aulas presenciais
Da China, surgiu um vírus que nos obrigou a continuar as aulas
e o nosso estudo em casa. Foi um tempo de mudanças, tanto para os alunos, como
para os professores e mesmo para os pais. Todos tiveram de se habituar a esta
nova realidade. Esta forma de ensino teve os seus pontos positivos e negativos
e agora, que começam as férias de verão, está na hora de fazer uma comparação
entre os dois tipos de aprendizagens.
Primeiro, vou falar sobre a organização do estudo, pois a meu
ver organizei-me melhor nas aulas em casa do que em tempo de escola. Nas aulas
presenciais, eu não marcava os trabalhos que tinha de fazer, lembrava-me (normalmente)
de cabeça. Já em casa, eu marcava tudo num calendário. Este planeamento também
foi muito importante porque no estudo em casa passámos a ter mais trabalhos do
que na escola, o que exigiu uma melhor organização.
Em segundo lugar, quero referir a forma de tirar dúvidas,
pois, na escola, podíamos falar com os professores presencialmente, nas aulas
ou nos intervalos, mas em casa tínhamos de escrever ou dizê-las nas
videoconferências. Uma dúvida fica sempre mais bem explicada se for “cara a
cara”, porque por mensagens, podemos escrever uma coisa e o nosso recetor pode
estar a perceber outra; é mais complicado.
Em terceiro lugar, quero falar sobre as aulas por
videoconferência. Considero que foram úteis para o esclarecimento de dúvidas,
para a correção de fichas e para dar matéria, mas as videoconferências eram, muitas
vezes, prejudicadas por falta de WI-FI, alunos que desligavam o microfone dos
colegas ou dos professores…
Em quarto lugar, queria referir a plataforma Teams. Ela teve
os seus pontos positivos e negativos. Por um lado, eu achei a plataforma ótima,
porque ela tinha um lugar específico para cada necessidade. Quando queria falar
com algum colega ou professor em privado, ia às “Conversas”. Quando queria
entregar algum trabalho, ia às “Tarefas”, que estavam organizadas por
disciplinas, assim como as “Equipas”, onde eu podia partilhar uma dúvida com
toda a minha turma; o “Calendário” tinha todas as minhas aulas síncronas
organizadas por dia e hora. Mas por outro lado, a plataforma tinha algumas
coisas que precisavam de ser melhoradas e isso aconteceu, por exemplo, com o
número de pessoas que podiam ser visíveis no ecrã (no início só quatro pessoas eram
visíveis, depois, mais tarde, aumentaram para nove). Outras coisas era
preferível não terem alterado, como a entrega de trabalhos em atraso (no final
do período, já não podíamos entregar os trabalhos em atraso).
Em penúltimo lugar, quero referir, brevemente, a avaliação
neste período. Em algumas disciplinas, houve mini-testes, mas nada comparado com
a quantidade de testes que tínhamos na escola. Alguns professores organizaram
questionários sobre a matéria ou sobre as atividades. Nos trabalhos, era muito
útil quando os professores deixavam um comentário a dizer o que podíamos melhorar.
Neste período, a avaliação contou mais com a nota dos trabalhos e com a
participação nas aulas online.
Por fim, queria só deixar um comentário sobre a telescola, o
#EstudoEmCasa, que teve os seus altos e baixos. Os pontos altos foram o facto
de ser para o 5º ano e o 6º ano, pois às vezes ajudava-nos a recordar matéria
passada, e também por ser uma aula-extra, com exercícios e maneiras novas de se
explicar os conteúdos. Mas por outro lado, ao juntar 5º e 6º anos, por vezes era
confuso e os professores ficavam com pouco tempo para abordar tudo o que era
preciso. Estavam a dar aulas na televisão pela primeira vez e isso notava-se na
atrapalhação.
Em suma, na minha opinião, as aulas presenciais são muito
melhores e mais produtivas, mas a solução arranjada, desde as plataformas ao
#EstudoEmCasa, foi muito boa e tornou-me mais autónoma e mais organizada.
Texto e foto: Ana Leonor Pais, nº4, 6ºI, Escola Básica João
Afonso de Aveiro, Clube de Jornalismo (julho de 2020).
No mar das sereias
Alguém no mar
Ulisses sentia-se frustrado com os seus companheiros e gritava-lhes quanto podia para que estes o libertassem das fortes cordas que o prendiam ao mastro. Mas nenhum marinheiro, nem mesmo um, o conseguia ouvir, porque todos tinham os ouvidos tapados com cera.
Encantado com o canto das sereias, só queria sair dali para o ouvir mais de perto, pois parecia Penélope. E sem saber o que esperava, conseguiu soltar-se e caiu no mar.
Começou a ver peixes muito bonitos e enquanto mergulhava, avistou as sereias que há pouco eram tão belas e agora monstros sem orelhas, vestidos com maldade.
Agora já não se sentia encantado, muito pelo contrário. Estava assustado e amedrontado. Só pensava: “Porque é que tive esta ideia?!” ou “Como é que fui enganado assim por monstros marinhos que me querem matar?!”.
Mas percebeu que ainda respirava, pois ainda lhe restava a erva da vida que Atena lhe tinha oferecido.
Quando as sereias se aperceberam disso, levaram-no imediatamente à rainha. Duas sereias levaram-no para o palácio, enquanto as outras à volta serpenteavam as suas línguas finas, furiosas.
Ulisses estava apavorado. Chegou às portas do Palácio donde saíram cavalos-marinhos a puxar um coche de coral com um peixe cocheiro e alguém lá dentro.
Quando a sombra saiu do coche, interrogou as sereias:
– Para que é este humano?
– Majestade, não sabemos o que lhe dizer, mas não o conseguimos matar com o nosso canto.
– Muito matreiro, este humano! Eu sou Serólea, a rainha das sereias e tu, como te chamas? – perguntou-lhe, quando já todos tinham ido embora.
– Chamo-me... Chamo-me... Alguém!
– Que onda de nome te deram, criatura da superfície! Eu levar-te-ei para o Palácio e dar-te-ei muito que comer.
Ulisses, já no seu novo quarto, olhava pela janela os campos de algas, os cavalos-marinhos, os peixes-boi... e, claro, as sereias, que ainda estranhavam a rainha das sereias não lhe ter tirado a vida.
Passaram dois dias, três dias e Ulisses continuava desconfiado. Queria voltar para o seu barco, para junto dos seus marinheiros. Mas a verdade é que o oceano é grande, e as sereias não o queriam deixar ir.
Naquela noite, Ulisses não conseguia dormir, só de pensar na sua tripulação que já podia estar em Ítaca. De repente, uma sombra entrou. Era Serólea. Ela queria descobrir o que fazia com que Ulisses respirasse debaixo de água, mas foi Ulisses que a surpreendeu, pegou na erva da vida e saiu pela janela a nadar.
– Acudam, meu povo! Alguém vai fugir! – gritou a rainha.
– Sim, mas quem? – responderam as sereias em coro.
– Não percebem, suas tolas! Alguém está a tramar-me!
– Isso não interessa se não soubermos quem é!
– Miseráveis! Eu própria apanharei Alguém! – berrou.
As sereias encolheram os ombros e olharam umas para as outras com ar confuso.
Depois de ouvir esta conversa, Ulisses nadou o mais que pôde. Mas Serólea agarrou-o e roubou-lhe a erva, depois olhou para ele e riu-se. Ulisses começava a perder o ar, pois era graças à erva que respirava no mar.
– O tempo está a esgotar-se! – declarou, calmamente. – Aahh!... PUM!
Uma âncora caiu-lhe na cabeça. Eram sem dúvida os seus marinheiros, ou melhor... os seus amigos. Ela afundou-se e a erva dissolveu-se. Ulisses já avistava a espantosa luz do sol. Quase sem fôlego, voltou à superfície.
Os seus companheiros saudavam-no enquanto ele subia pela corrente da âncora.
Agora estava um dia lindo e Ulisses pôs-se a contar a sua aventura a todos os que o queriam ouvir. Mal ele sabia o que estava para vir…
Texto e ilustração: António Fareleira, 6ºG (junho de 2020)
Um espinho milagroso
Ulisses
soltava-se lentamente das cordas, até que o belo canto que este ouvia levou-o
ao alto, e de repente, fê-lo mergulhar profundamente. Enquanto o fazia,
avistava peixes de todas as cores e espécies; a água era límpida, majestosa e
transparente; os corais eram raríssimos e espantosos. Quase no fundo do mar, as
sereias começaram a aparecer, as caudas coloridas e os biquínis a combinar.
Ulisses sentia-se cada vez mais leve, sem problemas, sem obrigações, a cada
centímetro que percorria.
Finalmente
chegou ao trono de Pérola, a Rainha das Sereias, que estava surpreendentemente
vazio. Até que esta apareceu por trás de Ulisses:
– Ulisses,
Ulisses! – chamava ela, cantando suavemente.
– Estou aqui – respondia Ulisses, encantado.
– Vem até mim! – chamava Pérola, cantando, já
sentada no seu trono.
Ele obedeceu
e assim caminhou até ela, mas durante o percurso, pisou num espinho, que por
milagre o desencantou e fê-lo compreender que estava a correr perigo.
Ulisses
sabia que, se começasse a fugir, iriam apanhá-lo. Então, disse a Pérola:
– Irei ter
contigo, minha deusa, mas estou encantado com a tua cauda. Como queria ter uma
igual!
Pérola, sem
pensar duas vezes, exigiu a melhor cauda. Foi o que as sereias fizeram,
trouxeram-lhe a cauda para Ulisses. Este, depois de a vestir, fingiu ir ter com
a Rainha, mas num piscar de olhos de Pérola, já ia a fugir.
Entrou no
barco e pediu aos companheiros para o ajudarem a fugir das sereias. E juntos
conseguiram ficar em paz, longe do perigo.
Texto: Mafalda Oliveira Rocha, 6ºG (junho de 2020)
No mar das sereias
E lá estava
Ulisses, mergulhando em água fria, gélida, que mais parecia um frigorífico ou
um congelador do ano 2020. Estava assustado por ter ouvido a voz de Penélope, a
sair do fundo do mar bravo.
Havia corais e
algas à sua volta, peixes nadando ao de leve pela água límpida, sempre atentos,
um pouco receosos, mas felizes por estarem num espaço repleto de plantas de
todas as cores possíveis. Parecia tão belo como um jardim aquático, em que
sereias nadavam em volta de algo parecido com uma fonte que permitia às
misteriosas criaturas passar do Mar Mediterrâneo para qualquer outro sítio.
E ali estava o
castelo subaquático com Sereianos que tinham a missão de proteger aquele
monumento. Era extraordinário, havia tochas de luz quente entre todas as portas
e janelas! Do castelo, era possível ver-se o maravilhoso jardim subterrâneo,
repleto de flores e plantas marinhas. O castelo era igualmente fantástico.
Viam-se silvas, cheias de espinhos em seu redor, que impediam que algum
indesejado lá entrasse. Era mais bonito do que uma fonte a soltar ouro! Até
Ulisses acreditava que estava a alucinar! Era feito de prata, e com todas as
jóias e pedras preciosas que as Sereias tinham conseguido trazer do pobre Nilo,
com ajuda da fonte. E lá entrou Ulisses, enfrentando o desconhecido.
Mas, ao entrar
nesta aparente maravilha, viu apenas um pequeno compartimento, a que deram o
nome de sala. Lembrou-se então que estava debaixo de água... e que estava a
ficar sem ar!
De repente,
apareceu-lhe a Rainha das Sereias, que fingira a voz de Penélope desde o
princípio. Possuía longos cabelos, amarelos esverdeados, tinha expressão
ausente, uma cauda escamosa, cor de nuvem carregada de chuva, pronta para
soltar um trovão. Esta tapava-lhe todo o corpo, à exceção da cabeça e das mãos,
cobertas de membranas elásticas.
A sua personalidade
não era muito diferente deste elemento da natureza. O seu nome era Florbela,
embora a sua aparência não lembrasse uma flor nem nada de belo. Sempre que
ostentava um ar aborrecido, o melhor era não falar com ela e, com o tempo, ela
iria optar por uma expressão mais neutra. Aparentava sempre um sorriso
constrangido, pois nunca conseguia o que realmente queria. Muitos afirmam que
ela já cometera assassínio, enquanto outros juravam pela sua alma que era uma
rainha perfeita.
Ao chegar perto de
Ulisses, deu-lhe uma espécie de bola de sabão gigante, para ele colocar na
cabeça e respirar livremente. O inocente e, às vezes, ingénuo guerreiro
aceitou, e de bom grado, a oferta de vida debaixo de água. Ele resolveu
explorar o fundo daquele desconhecido mar para salvar Penélope e voltar para
junto dos seus.
Mas esses não eram
os planos da Rainha daquelas estranhas criaturas. Primeiro, decidiu conversar
com o mortal, como sempre fazia com quem por ali passava.
–
Ulisses, meu caro amigo! – disse
a sereia, com um tom de voz desigual, indiferente e forçado de alegria em ver
aquele grego. – Que bom ver-te
por estas bandas! O que te traz aqui?
– Não
me deixo enganar pelos teus truques! Não finjas que não sabes o que se passa!
Onde está a minha mulher?! Preciso de saber onde está Penélope! E depressa! -
acrescentou, vendo a despreocupação da criatura perante a sua exclamação.
– Ela
não está aqui – respondeu-lhe a
Sereia, com secura, mostrando verdadeiramente que só estava feliz por uma
razão...
– Onde está ela?! O que lhe fizeste?!
Mataste-a?! Prendeste-a?! SOLTEM-ME! - gritava o infeliz, enquanto era preso
pelos... guardas “sereianos”.
O que elas não sabiam é que Ulisses era manhoso e tinha sempre um truque
na manga, mesmo que esta estivesse coberta de algas e toda ensopada.
Fingindo-se inofensivo, pediu apenas à Rainha que lhe desse uma espada de ouro,
para poder comer um último peixe, antes de morrer.
Desinteressada, mas sem se importar com esta proposta absurda, a Sereia
não hesitou e lá lhe deu a espada, como o mortal tanto queria. Mesmo cheia de
certezas de que nada iria falhar no seu plano, a maldita ordenou que três
guardas o levassem até uma espécie de compartimento, para Ulisses poder comer,
o que ela pensava ser a sua última refeição.
Quando o grande
guerreiro se preparava para cortar o peixe... ZÁS! O golpe não foi executado no
animal, mas sim nos pescoços dos guardas! E assim foi, com todos aqueles que se
atravessavam no seu caminho, para o impedir de chegar junto dos seus companheiros.
E lá ia Ulisses,
arrependido por não ter ligado aos conselhos de Circe, voltando à superfície,
quase sem fôlego, depois daquela estranha e louca aventura.
Alguns peixes, inteligentes, contam que o resto dos corpos se desfez, mas
o sangue moveu-se para a fonte que levava os seres para qualquer lado, e foram
parar às águas da Arábia, daí o nome "Mar Vermelho".
Devem estar a pensar: "Então, onde estavam os companheiros de
Ulisses?". Ora, estes, sabendo da manha do seu mestre e grande amigo,
esperaram apenas, para que conseguissem voltar à sua outra aventura de regresso
a casa.
Apenas posso dizer que Ulisses respondeu a todas as perguntas da seguinte
forma:
– Quando chegarmos a Ítaca, relembrarei esta
aventura como o dia em que manuseei a espada de ouro e criei o Mar Vermelho!
Texto: Sofia Fernandes, 6ºI (junho de 2020)
"Cidadania e Desenvolvimento": Alunos da Escola Homem Cristo criam projetos online
Como responder a um desafio do #EstudoEmCasa?
A propósito da aula de Cidadania dada pelo Presidente da República no #EstudoEmCasa
Lançamento do 2º número do Jornal Moliceiro
Harry Potter: uma exposição inesquecível!
A exposição tinha cenários, objetos e figurinos utilizados para realizar as gravações. Alguns dos cenários utilizados foram: a estufa de herbologia, a cabana do Hagrid, a floresta proibida e o salão principal.